Carta aos pais

O aluno é a peça mais importante na Escola

A participação do aluno.
O conhecimento é fruto de uma atividade consciente e voluntária.

O aluno não pode ficar numa posição passiva, esperando que o professor “o motive”.

Embora isto seja uma preocupação constante do professor, é importante que o aluno procure também fazer sua parte: participar ativamente em sala, colocar-se quando não está entendendo ou quando sente que está “desligando” seu interesse, procurar ajuda dos colegas, ter o estudo em casa, procurar o professor particularmente, questionar o sentido das lições de casa etc. Enfim, ter uma postura interativa.

Isto é também formação de cidadania. O estudo é um trabalho, que pode e deve trazer alegria, prazer, satisfação, mas a custo de envolvimento, de dedicação, de frustração…

Não se trata, em absoluto, de um trabalho alienado, pelo contrário: é, justamente, isto que está se querendo superar – tanto por parte do professor como por parte do aluno!

A importância da convivência em sala de aula.

O desejo de todo educador é encontrar, é conseguir a motivação de seus alunos para que esses queiram conhecer aquele objeto de conhecimento do qual se propõe a tratar.

Vem, então, uma questão: até que ponto isto é possível, levando-se em conta os diversos níveis de significação que os alunos podem estabelecer e as diversas necessidades que cada um pode ter na vida concreta?

A sala de aula é um espaço extremamente complexo, e, para que a construção do conhecimento possa acontecer, temos que ponderar, antes de mais nada, que se dá em seres humanos, o que exige uma atenção do educador (e dos educandos) para esses aspectos.

Ou seja, não está em jogo apenas uma organização do aprendizado de conteúdos e de atividades, mas relações humanas, nas quais, para que ocorra a elaboração desse aprendizado, devemos levar em consideração o conjunto de necessidades dos sujeitos. Isto faz com que a educação escolar seja uma atividade essencialmente humana e humanizadora.

O Coletivo de sala de aula deve ser bem organizado de forma que, em primeiro lugar, não seja ele mesmo um problema a mais para o sujeito (preconceitos, gozação, desrespeito, desvalorização etc.) e, num plano superior, possa ajudar a que cada um enfrente melhor a vida fora da sala de aula.

Se, por exemplo, o garoto está com dificuldade de relacionamento com os pais, esse tema poderia ser abordado, sem identificar os envolvidos, de forma a ajudá-lo a enfrentar o problema lá fora.

Dessa maneira, estaria se criando uma socialização mais efetiva, um processo de desalienação das relações humanas; a escola estaria mais ligada à vida, abriria campo de relacionamento afetivo e intelectual no coletivo de classe e estaria criando melhores condições de produção do conhecimento, na medida em que estaria diminuindo o “ruído”, a interferência negativa daquela necessidade do sujeito no processo de construção do conhecimento.

A motivação dentro da sala está, portanto, relacionada também às necessidades dos sujeitos fora dela.

Se o professor abre a participação da coletividade de aula (fluxo de informações e interações), o aluno pode evoluir através do contato com seus iguais e não só com o professor (sem esquecer o papel fundamental do professor enquanto organizador, provocador).

Não podemos esperar que numa sala de 30 alunos o professor consiga o interesse e a participação de todos, o tempo todo, sozinho (isto representa uma idealização); o que está em jogo, mais do que isto (que não deixa de ser uma meta), é conseguirmos um clima de aula.

Se não houver este clima, nem aqueles poucos que estavam interessados continuarão, pois nem ao menos podem ouvir direito o professor.

É uma luta que se trava.

Menu
Abrir chat
Posso ajudar?
Olá, podemos ajudar?
Powered by